Redução do Imposto de Importação de bicicletas

Atualizado em: por Sinara Bueno.

Desde 2011, quando aumentou de 20% para 35%, a alíquota do Imposto de Importação aplicada pelo Brasil a bicicletas é uma das mais elevada do mundo, mas isso mudou já que o Governo reduziu o Imposto de Importação a partir de março.

E-book - passo a passo DU-E

Vamos saber mais detalhes dessa decisão sobre a redução do imposto de importação de bicicletas? 😉

Governo reduz o Imposto de Importação de bicicletas

A importação de bicicletas neste século

Conforme podemos ver na tabela abaixo, a importação de bicicletas começou o século praticamente de forma irrisória, mas foi crescendo exponencialmente a partir da segunda década.

AnoValor FOB (US$)
2001           787.036
2002           538.221
2003           742.096
2004       1.422.341
2005       2.956.441
2006       4.011.935
2007       6.833.108
2008     10.827.711
2009       9.146.510
2010     17.888.700
2011     33.987.928
2012     37.914.493
2013     35.007.024
2014     39.912.984
2015     37.497.719
2016     24.927.886
2017     25.725.780
2018     22.043.813
2019     23.656.001
2020     20.486.771

Para ilustrar:

Governo reduz o Imposto de Importação de bicicletas

Certamente podemos dizer que, se o gráfico acima fosse uma formação rochosa, desafiaria até mesmo o mais disposto dos ciclistas. Dentre nossos fornecedores externos de bicicletas, China e Taiwan respondem por 90% das importações de bicicletas pelo Brasil.

Mercado Brasileiro de bicicletas

Todo ano a Aliança Bike (Associação Brasileira do Setor de Bicicletas) realiza uma pesquisa com centenas de lojistas de todo o país. Confira alguns destaques da pesquisa de 2020:

  • 30% das lojas de bicicletas do país têm faturamento de até 200 mil por ano. 14% têm faturamento acima de 2 milhões de reais.
  • Mais de 80% das lojas são optantes pelo regime fiscal do Simples Nacional.
  • A mediana de bicicletas comercializadas, por loja, é de 200 unidades por ano.
  • ⅓ das lojas comercializam bicicletas entre 200 e 2 mil reais.
  • O perfil mediano de composição do faturamento das lojas é de 50% venda de bicicletas inteiras; 20% venda de componentes; 20% venda de acessórios e 10% mecânica.
  • Sobre os modelos de bicicletas comercializados nas lojas, 95% delas comercializam mountain bikes; 83% bicicletas urbanas; 82% bicicletas de estrada (road/speed); 81% infantis; e 53% já comercializam bicicletas elétricas.
  • Lojistas enxergam como maiores entraves para o aumento do uso da bicicleta: o volume dos impostos sobre bicicletas e componentes (mais de 95% concordam totalmente); a necessidade de aumento da segurança contra roubos e furtos de bicicletas (90% concordam totalmente); e do aumento da oferta de ciclovias, ciclofaixas e bicicletários (cerca de 88% concordam totalmente).
  • Quanto ao contexto da pandemia e as percepções do mercado no futuro próximo, em torno de 90% dos lojistas esperam que o setor cresça nos próximos anos.

Venda de bicicletas aumenta 50% no ano da pandemia

O ano de 2020 confirmou a onda de crescimento do mercado de bicicletas no Brasil, registrando média de 50% de aumento nas vendas das bikes em comparação a 2019. É o que consta no balanço do levantamento realizado pela Aliança Bike, que ouviu centenas de lojistas, fabricantes e montadores de todo o país ao longo de 2020 e em janeiro de 2021.

De acordo com esse mesmo levantamento, o pico das vendas ocorreu no mês de julho, em que houve um aumento de mais de 118% nas vendas de bicicletas, em comparação ao mesmo período de 2019. Entre os modelos mais vendidos, as bicicletas de entrada – tanto urbanas, quanto mountain bikes aro 29” -, com valores que variaram entre R$ 800 e R$ 2 mil

A partir do monitoramento realizado com centenas de empresas foi possível constatar também que as vendas só não foram maiores por conta da falta de componentes e insumos para a linha de montagem das bicicletas. Este fator impacta diretamente na oferta de modelos aos consumidores. Fruto também da alta demanda e boom de vendas, não só no Brasil, mas no mundo inteiro, após o início da pandemia em 2020.

Governo reduz o Imposto de Importação de bicicletas

A Associação Brasileira do Setor de Bicicletas já havia pleiteado a volta da alíquota de 20% para o Imposto de Importação de bicicletas. Apenas esse ano é que o Gecex analisou e o Comitê-Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex / Camex) publicou no Diário Oficial da União de 18/02/2021 a Resolução Gecex nº 159/21, a qual reduz o Imposto de Importação (II) das bicicletas para 30% a partir de 1º de março de 2021. Ainda de acordo com a norma:

  • o II será reduzido novamente para 25% a partir de 1º de julho de 2021 e;
  • o II sofrerá novo corte, para 20%, a partir de 31 de dezembro de 2021.

ATUALIZAÇÃO EM 19/03/2021

Após reclamação generalizada da indústria nacional, a Camex recuou e decidiu reduzir o Imposto de Importação apenas para 31,5%, conforme disposto na Resolução Gecex nº 170/21.

E aí, gostou deste artigo sobre a importação de bicicletas, os dados da importação de bicicletas e o imposto de importação de bicicletas? Então se inscreva no nosso blog e fique por dentro de mais notícias sobre exportação, importação e
drawback. 😉

Sinara Bueno
Sinara Bueno

Despachante Aduaneira, formada em Comércio Exterior e empreendedora. Apaixonada por criar e inovar no Comex! Trabalhou na área de importação e exportação de indústrias, consultorias de comércio exterior e, nos últimos anos, tem se dedicado aos sistemas para comex. É co-founder da Fazcomex

Webinário - Como elaborar e automatizar a DU-E na prática