por Leandro Sprenger
China substitui soja dos EUA pela brasileira | Exportações agrícolas americanas caem com tarifas
Uma publicação do portal Global Times trouxe à tona os efeitos negativos da escalada na disputa comercial entre Estados Unidos e China, especialmente no setor agropecuário dos EUA. Desde que Washington adotou novas tarifas em janeiro de 2025, os impactos vêm se intensificando.
Com base em informações do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e em reportagens adicionais do Wall Street Journal (WSJ), a análise revela uma acentuada redução nos embarques de soja e carne suína produzidas pelos norte-americanos durante a primeira metade de abril.
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Confira os seguintes tópicos:
- China acelera substituição de fornecedores e amplia compras do Brasil
- Desempenho agrícola dos EUA em forte retração
- Repercussões nas cotações internacionais e reposicionamento da China
- Brasil, Argentina e Austrália ganham espaço nas exportações para a China
- Soja no mundo
- Comércio Exterior o que é?
- O que é Logística Internacional?
Bora lá? 😉
China acelera substituição de fornecedores e amplia compras do Brasil
Enquanto os agricultores dos EUA enfrentam dificuldades, Pequim tem intensificado esforços para diversificar suas fontes de abastecimento. De acordo com dados divulgados pela plataforma Yuyuantantian, vinculada ao China Media Group e mencionada pelo Global Times, aproximadamente 40 embarcações carregadas com soja brasileira estão programadas para chegar ao porto de Zhoushan, localizado na província de Zhejiang, ainda em abril. Isso representa um aumento de 48% em relação ao mesmo intervalo de 2024.
As expectativas apontam que o terminal de Laotangshan irá descarregar 700 mil toneladas do grão brasileiro, um crescimento de 32% em comparação com as 530 mil toneladas descarregadas no mesmo período do ano passado.
Segundo analistas chineses ouvidos pelo Global Times, esse movimento evidencia a habilidade da China em substituir as importações provenientes dos EUA. “Esse é o sinal mais claro de como a política tarifária imposta por Washington está afetando negativamente setores estratégicos da economia americana e, por consequência, seus próprios cidadãos”, avaliou Li Yong, pesquisador da Associação Chinesa de Comércio Internacional.
Desempenho agrícola dos EUA em forte retração
Levantamento feito pelo USDA indica que, entre os dias 11 e 17 de abril — a primeira semana completa após a elevação tarifária —, as vendas líquidas de soja caíram 50% em relação à semana anterior. No mesmo período, as vendas líquidas de carne suína recuaram impressionantes 72%.
Conforme relatado pelo WSJ, a China comprou apenas 1.800 toneladas de soja norte-americana nesse intervalo, um tombo drástico se comparado às 72.800 toneladas adquiridas na semana que terminou em 10 de abril.
O cenário da carne suína se mostrou ainda mais crítico. Houve cancelamento de 12 mil toneladas que haviam sido previamente contratadas, resultando em apenas 5.800 toneladas efetivamente vendidas — o menor volume registrado para entregas previstas ao longo de 2025.
Li Yong complementou: “Os agricultores dos Estados Unidos já estão sentindo os efeitos da guerra comercial, principalmente os segmentos de soja e carne suína, altamente dependentes da demanda chinesa. O grande mercado da China, com seu imenso poder aquisitivo, foi diretamente abalado por esse rompimento nas relações comerciais”.
Repercussões nas cotações internacionais e reposicionamento da China
Analistas ouvidos pelo WSJ alertam que, se esse panorama persistir, poderá haver consequências significativas sobre os valores globais das commodities agrícolas. Desde o início do ano, o governo americano — liderado por Donald Trump em seu segundo mandato — intensificou as taxas sobre mercadorias chinesas, gerando uma forte retaliação por parte de Pequim.
Em resposta, a China implementou tarifas de 15% sobre frango, milho, trigo e algodão oriundos dos EUA, além de tributos de 10% aplicados a produtos como sorgo, soja, carnes (suína e bovina), pescados, frutas, hortaliças e derivados de leite, a partir de 10 de março.
Li Yong destacou que essa guerra comercial acelera ainda mais o processo de diversificação de fornecedores da China. “Embora os Estados Unidos sejam historicamente um competidor forte, os custos adicionais causados pelas tarifas fizeram com que os produtores americanos perdessem espaço para concorrentes estrangeiros mais bem posicionados”.
Brasil, Argentina e Austrália ganham espaço nas exportações para a China
Os efeitos dessa mudança de rota já são visíveis. Segundo a emissora CCTV, também referida pelo Global Times, a participação dos EUA nas importações chinesas de soja caiu de 40% em 2016 para 18% em 2024. Em relação à carne suína, os EUA exportaram 416 mil toneladas para a China no último ano, representando 18% das compras totais do país asiático, atrás apenas de Brasil e Argentina.
“Nos segmentos de soja, carne suína e carne bovina, a China encontra fornecedores confiáveis e com políticas comerciais mais flexíveis, como Brasil, Argentina e Austrália”, observou Li Yong.
Em suas considerações finais, o especialista fez um apelo direto à administração americana: “A única forma de minimizar os impactos sofridos pelos produtores norte-americanos é remover todas as tarifas unilaterais impostas. O protecionismo, longe de proteger, apenas acelera a perda de competitividade global dos Estados Unidos no setor agrícola”.
Soja no mundo
- Produção: 362,075 milhões de toneladas; e
- Área plantada: 125,691 milhões de hectares.
Fonte: USDA (12/06/2024)
Soja no Brasil (segundo maior produtor mundial do grão)
- Produção: 114,843 milhões de toneladas;
- Área plantada: 35,822 milhões de hectares; e
- Produtividade: 3.206 kg/ha.
Fonte: CONAB (Levantamento de junho)
Comércio Exterior o que é?
Comércio exterior é a troca de produtos ou serviços entre um país e outro. Quando falando de Compra de produtos, é a Importação e quando falamos em vendas de produtos, é a exportação, cada um deles engloba uma série de procedimentos necessários para a sua execução.
O Comércio Exterior, aplicado carinhosamente como Comex, compreende vários termos, regras e normas nacionais das transações.
Estas regras do comércio exterior são de âmbito nacional, criadas para disciplinar e orientar tudo o que diz respeito à entrada no país de mercadorias procedentes do exterior, no caso quando existe uma importação e a saída de mercadorias do território nacional, quando é uma exportação.
O que é Logística Internacional?
A Logística Internacional é uma ferramenta fundamental para a expansão do comércio exterior, e deve ser utilizada de forma estratégica para diferencial competitivo nas negociações internacionais.
A globalização tem tornado as empresas cada vez mais competitivas e com conceitos modernos aos seus procedimentos, negócios e produtos. Esse processo está integralmente ligado aos processos de compra, armazenagem e distribuição das mercadorias.
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