Entenda o que é Superávit e déficit

Atualizado em: por Sinara Bueno.

Se você trabalhar ou estuda com Comércio Exterior ou Economia já deve ter ouvido falar sobre Superávit Comercial e Déficit, pois são dois termos extremamente importantes.

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Hoje no texto você verá os seguintes tópicos sobre superávit e déficit:

  • O que é Superávit?
  • O que é o superávit primário?
  • Como fazer o cálculo de Superávit?
  • Superávit nominal, o que é?
  • O que é Déficit?
  • O que é a balança comercial?
  • Balança Comercial e a relação com as Empresas de Comércio Exterior.

Vamos lá agora entender o que é Superávit e Déficit!

Superávit e déficit

O que é Superávit?

O superávit é um termo de origem latina e ele representa que as exportações de um país foram em maior valor que as importações. Ou seja, o país vendeu mais do que comprou, sendo assim, entrou mais dinheiro no país se comparado a quantia que saiu por meio das importações.

Portanto, esse fator é um ponto positivo na economia de um país. Visto que mostra que ele está exportando, ou seja, vendendo mais do que importando, comprando. Esse movimento gera um lucro que deve ser usado para investir no próprio sistema econômico.

Tipos de Superávit:

É importante você saber que existem dois tipos de Superávits, são eles:

  1. Superávit Primário
  2. Superávit Nominal

Veja o que cada um significa:

O que é o superávit primário?

O Superávit primário é o resultado da diminuição da receita, no caso o valor ganho, com a despesa, essa conta não inclui os juros de dívidas públicas que o governo possui.

Essa receita não se configura apenas como dinheiro, mas também em:

  • patrimônios de posse governamental;
  • E em outros valores.

Como calcular o superávit primário?

O superávit primário é o resultado positivo de todas as receitas e despesas do governo, ou seja, é o equivalente ao que o governo consegue economizar para o pagamento de juros da dívida pública.

Para você compreender um pouco de como aconteceu a história: No final dos anos 90, o Brasil se encontrava com altos valores de endividamento e, em 1998, o então presidente da época, Fernando Henrique Cardoso, visou por uma ajuda com fundos e bancos, solicitando US$ 41 bilhões dada em troca de uma série de exigências, entre elas o comprometimento com estabilidade econômica e reformas da Previdência e fiscal.

No seu segundo mandato e último, o governo FHC implantou a meta do superávit primário, estabelecendo para 1999 o superávit primário de 3,1% do PIB. Sendo assim, quanto menor fosse a dívida em relação ao PIB, mais o país se mostrava um “bom pagador”. Dessa forma, aumentava as chances de conseguir taxas de juros menores em caso de empréstimo.

Para contribuir com o cumprimento das metas de superávit, apenas em 2000, foi sancionada a Lei de Responsabilidade Fiscal. A Lei determinava que presidente, governadores e prefeitos não gastassem mais do que arrecadaram nem deixassem dívidas para o mandato seguinte, tendo como intenção frear os gastos excessivos de prefeituras, governos estaduais e da União.

A partir disso, alcançar o superávit se tornou sinônimo de responsabilidade para os governantes. Uma vez que no entendimento dos investidores estrangeiros isso representa controle das contas públicas e capacidade de honrar seus compromissos.

Como fazer o cálculo de Superávit?

Para você ter ideia, o governo pode utilizar de Impostos, lucro de empresas governamentais, como principais meios de arrecadação de valores.

Assim como o governo precisa arrecadar, ele conta com gastos fixos como: obras públicas, salários e manutenções públicas, sendo as principais. Agora sabendo dessas informações, será preciso realizar o cálculo acima e sendo positivo o valor do balanço, os lucros deverão ser usados para aplicar no pagamento das dívidas internas.

A dívida interna são os valores devedores dos estados com pessoas ou empresas nacionais. Essas dívidas, como todas as outras, geram juros e o ganho obtido num superávit primário é usado para o pagamento deles, que foi a situação que falamos acima.

Essa ação de pagamento dos juros se faz necessário não apenas para impedir o crescimento, a partir dos juros da dívida, mas também para mostrar ao credor, que o governo pode e vai pagar as suas contas.

Superávit nominal, o que é?

Você lembra do cálculo que fizemos acima sobre o Superávit?

Caso este valor obtido seja mais que o suficiente para o pagamento dos juros, ele será empregado no valor total da dívida, sendo assim quitando-a, e então diminuindo a dívida pública.

Nesse caso, é chamado de superávit nominal. Ou seja, o superávit nominal é aquele usado para a quitação total de dívidas públicas.

O que é Déficit?

Déficit, ao contrário do Superávit, representa o saldo negativo, um prejuízo ou um sistema em que se gasta mais do que se ganha.

No comércio exterior, o déficit acontece quando o valor das importações é maior que o das exportações. Ou seja, o déficit é o resultado de quando o país acaba gastando mais do que produz ou comprando mais do que vendendo.

Quando esses casos ocorrem, o país acaba criando uma dívida que podem ser geradas por diversas razões. Como por exemplo, o déficit pode ser um resultado de gastos excessivos do país ou também acontecer de forma intencional.

Balança Comercial do Brasil

Agora que já falamos sobre o que é superávit e déficit, vamos conhecer os dados da balança comercial do Brasil. Em 2019, o Brasil exportou US$ 225,383 Bilhões e importou US$ 177,347 Bilhões. 

Portanto, em 2019 o Brasil fechou com um Superávit de US$ 48,035 Bilhões na Balança Comercial.

Para Exemplificar, confira abaixo a Balança Comercial do Brasil no ano de 2019.

Superávit e déficit


Mas afinal, o que é balança comercial?

Balança comercial é um termo utilizado para se referir à diferença entre as exportações e importações de um país.

Se as exportações superaram as importações, o resultado é positivo, chamando-se superávit, que falamos acima e quando aconteceu ao contrário, quando se importa mais do que se exporta, chamados de déficit.

👉 Recentemente, escrevemos um artigo sobre a Balança Comercial dos Estados Brasileiros.

Qual é a relação da Balança Comercial com as empresas de Comércio Exterior?

Agora que já sabemos as diferenças entre superávit e déficit, vamos entenda a relação da balança comercial com o comex. As Empresas de comércio exterior interferem diretamente nos resultados obtidos da balança comercial, afinal que por meio delas são gerados grandes volumes de importação e exportação. Sendo assim, o resultado final dessas transações, é que determinará se haverá déficit ou superávit.

É importante que todos foquem seus empenhos em conquistar resultados positivos para o País, afinal, possuindo resultados positivos é sinal que existem mais recursos entrando. Porém, se ocorrer déficit com frequência, o governo poderá tomar algumas providências para incentivar o superávit. Como:

  • Aumento dos impostos sobre produtos importados
  • Barreiras alfandegárias
  • Protecionismo às empresas nacionais

A partir do que vimos até aqui, podemos compreender que O superávit é um termo de origem latina e ele representa que as exportações de um país foram em maior valor que as importações. Ou seja, o país vendeu mais do que comprou, sendo assim, entrou mais dinheiro no país se comparado a quantia que saiu por meio das importações e que, Déficit, ao contrário do Superávit, representa o saldo negativo, um prejuízo ou um sistema em que se gasta mais do que se ganha.

Esses dois indicadores influenciam diretamente na balança comercial que é uma definição utilizada para mostrar a diferença entre as exportações e importações de um país e que definirão as próximas ações estratégias do mesmo.

E aí, gostou deste artigo sobre o que é superávit e déficit, como funciona o superávit e déficit e as diferenças entre superávit e déficit? Então se inscreva no nosso blog e fique por dentro de mais notícias sobre exportação, importação e drawback. 😉

Sinara Bueno
Sinara Bueno

Despachante Aduaneira, formada em Comércio Exterior e empreendedora. Apaixonada por criar e inovar no Comex! Trabalhou na área de importação e exportação de indústrias, consultorias de comércio exterior e, nos últimos anos, tem se dedicado aos sistemas para comex. É co-founder da Fazcomex

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