por Leandro Sprenger
Dois terços das vendas brasileiras aos EUA seguem sob tarifas mesmo após nova lista de exceções: saiba mais
Com a atualização da relação de itens brasileiros liberados da tarifa de 40%, aproximadamente 37% das exportações do Brasil para os Estados Unidos, que somam cerca de US$ 15,7 bilhões, passam a ingressar no mercado americano sem cobrança adicional. A análise é de Frederico Lamego, superintendente de Relações Internacionais da Confederação Nacional da Indústria (CNI), com base nos dados de 2024.
Apesar da ampliação, ainda 63% dos embarques permanecem sujeitos ao aumento tarifário aplicado em julho, especialmente aqueles ligados à indústria de transformação.
Lamego avalia o impacto como “intermediário” e ressalta que o diálogo diplomático entre Brasília e Washington entra agora em uma etapa crucial.
A lista atual contempla itens como café, carne bovina, frutas, castanha-do-pará, fertilizantes e insumos agropecuários. Mesmo assim, o especialista enfatiza que a maior parte dos produtos industrializados continua enfrentando barreiras elevadas no mercado americano.
Confira os seguintes tópicos:
- Produtos incluídos na lista de isenções
- Itens de origem animal
- Itens de origem vegetal e hortifrutigranjeira
- Setores ainda em desvantagem competitiva
- Andamento das negociações
- Indústria encontra obstáculos para redirecionar produtos
- Expectativa por uma solução mais ampla
- Quadro das tarifas aplicadas pelos EUA aos produtos brasileiros
- Novo Processo de Exportação: o que é?
- O que é o Siscomex?
- Comércio Exterior o que é?
- O que é Logística Internacional?
Vamos lá? 😉

Produtos incluídos na lista de isenções
Itens de origem animal
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Carcaças e meias-carcaças de bovinos, frescas ou refrigeradas
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Cortes bovinos, com ou sem osso, processados ou não, frescos ou refrigerados
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Carcaças e meias-carcaças congeladas
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Cortes bovinos congelados, com ou sem osso, processados ou não
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Miúdos bovinos próprios para consumo, frescos ou refrigerados
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Línguas de bovinos congeladas
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Fígados bovinos congelados
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Miúdos próprios para consumo, congelados
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Carne bovina salgada, curada, seca ou defumada
Itens de origem vegetal e hortifrutigranjeira
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Tomates frescos ou refrigerados
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Jicamas e fruta-pão frescas ou refrigeradas
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Chuchu fresco ou refrigerado
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Brotos de bambu e castanhas-d’água crus ou cozidos, congelados
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Alcaparras conservadas provisoriamente, mas ainda impróprias para consumo imediato
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Cogumelos do tipo orelha-de-pau secos, inteiros ou processados
Entre outros.
Setores ainda em desvantagem competitiva
Lamego lembra que segmentos como o aeronáutico continuam operando com uma alíquota de 10%, o que representa um revés significativo em comparação ao acordo que elimina tarifas entre Estados Unidos e União Europeia.
Andamento das negociações
Mesmo com as dificuldades, o superintendente considera importante o fato de as conversas com o Brasil voltarem a ser mencionadas oficialmente, algo que não ocorria desde o início do tarifaço em julho, o que indica um gesto diplomático relevante.
Indústria encontra obstáculos para redirecionar produtos
Ao analisar a possibilidade de buscar novos compradores, Lamego destaca que muitos setores industriais enfrentam barreiras maiores do que apenas o acréscimo de custos.
Isso acontece porque bens regulados, como máquinas e equipamentos, não podem ser facilmente desviados para outros países.
“Isso dificulta o escoamento da produção, reduz a rentabilidade e diminui o poder de negociação das companhias”, explica.
A CNI, segundo ele, já prepara um levantamento para verificar se as empresas impactadas estão conseguindo compensar as perdas com a realocação de vendas.
Expectativa por uma solução mais ampla
O superintendente reforça que o governo brasileiro está comprometido em construir uma proposta consistente, e que os EUA aguardam um plano sólido, que ultrapasse o debate exclusivamente tarifário.
Ele reconhece que iniciativas como o programa ‘Acredita Exportação’ oferecem algum fôlego momentâneo.
“Embora o programa traga um alívio inicial, o essencial é que as tratativas avancem rapidamente para que a situação seja resolvida de maneira definitiva”, conclui.
Quadro das tarifas aplicadas pelos EUA aos produtos brasileiros
Itens isentos desde 30/jul
Suco de laranja
Aviões civis
Combustíveis
Fertilizantes
Minério
Itens retirados da lista em 20/nov
Carne bovina
Café
Chá
Tomate
Frutas
Sucos
Cacau
Permanecem tarifados
Máquinas
Calçados
Móveis
Mel
Pescados
Novo Processo de Exportação: o que é?
Atualmente, existem diferentes frentes de trabalho dentro do Programa Portal Único, envolvendo todo o governo brasileiro e contando com apoio e participação do setor privado.
Dentre essas iniciativas, merece destaque o desenvolvimento do Novo Processo de Exportação, concluído em 2016. Esse trabalho engloba o mapeamento dos processos atuais de exportação e a identificação de necessidades dos intervenientes públicos e privados para a criação de um fluxo contínuo de informações por meio do Portal Único.
Ou seja, podemos concluir que o Novo Processo de Exportação (NPE) promove um fluxo de informações mais eficiente e integração entre os intervenientes do comércio exterior públicos e privados.
Sua implementação se deu junto ao Portal Único do Comércio Exterior, Siscomex, pela Receita Federal Brasileira em conjunto ao SECEX e desde então vem otimizando os processos de comércio exterior, seja diminuindo o tempo necessário entre as etapas, como também reduzindo custos inerentes às operações, o que aumenta a competitividade brasileira frente ao mercado externo.
O que é o Siscomex?
O SISCOMEX é a sigla de Sistema Integrado de Comércio Exterior - é um instrumento informatizado, por meio do qual é exercido o controle governamental do comércio exterior brasileiro.
O Sistema entrou em operação em 1993 com o módulo de Exportação e, em 1997, para as importações. Em 2014 foi lançado o Portal Único de Comércio Exterior.
Sem dúvida o Brasil inovou ao criar um fluxo único de informações na década de 90. Entretanto uma nova revisão se faz necessária atualmente. Dessa forma, desde 2014 iniciou-se o projeto do Portal Único de Comércio Exterior.
Comércio Exterior o que é?
Comércio exterior é a troca de produtos ou serviços entre um país e outro. Quando falando de Compra de produtos, é a Importação e quando falamos em vendas de produtos, é a exportação, cada um deles engloba uma série de procedimentos necessários para a sua execução.
O Comércio Exterior, aplicado carinhosamente como Comex, compreende vários termos, regras e normas nacionais das transações.
Estas regras do comércio exterior são de âmbito nacional, criadas para disciplinar e orientar tudo o que diz respeito à entrada no país de mercadorias procedentes do exterior, no caso quando existe uma importação e a saída de mercadorias do território nacional, quando é uma exportação.
O que é Logística Internacional?
Agora que já falamos de maneira mais aprofundada sobre o que é Comércio Exterior, vamos entender mais sobre o que é a logística internacional. A Logística Internacional é uma ferramenta fundamental para a expansão do comércio exterior, e deve ser utilizada de forma estratégica para diferencial competitivo nas negociações internacionais.
A globalização tem tornado as empresas cada vez mais competitivas e com conceitos modernos aos seus procedimentos, negócios e produtos. Esse processo está integralmente ligado aos processos de compra, armazenagem e distribuição das mercadorias.
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O Sistema Integrado de Comércio Exterior - Siscomex é um instrumento administrativo que integra as atividades de registro, acompanhamento e controle das operações de comércio exterior.
O Novo Processo de Exportação é uma das mudanças mais importantes implementadas pelo Portal Único Siscomex e principal iniciativa governamental de desburocratização e facilitação do comércio exterior brasileiro.
Comércio exterior é a troca de produtos ou serviços entre um país e outro. Quando falando de Compra de produtos, é a Importação e quando falamos em vendas de produtos, é a exportação, cada um deles, engloba uma série de procedimentos.
A Logística Internacional é uma ferramenta fundamental para a expansão do comércio exterior, e deve ser utilizada de forma estratégica para diferencial competitivo nas negociações internacionais.
