por Leandro Sprenger

11 Aug, 2025

Encargos do frete marítimo aumentam e projeção é de continuidade na elevação: saiba mais

Desde o mês de abril, quando o então mandatário dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, determinou o acréscimo de tarifas sobre produtos importados, desencadeando uma disputa comercial, principalmente contra a China, o valor do transporte por via marítima teve um salto expressivo, afetando diversas regiões do planeta.

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Confira os seguintes tópicos:

  • Aumento do frete marítimo: entenda mais
  • Crescimento nos gastos logísticos exige adaptação das companhias
  • Tensão entre Israel e Irã terá repercussões limitadas, dizem analistas
  • Comércio Exterior o que é?
  • O que é Logística Internacional?

Vamos lá? 😉
frete marítimo

Aumento do frete marítimo: entenda mais

Na rota Ásia-Brasil, os custos saltaram de US$ 950 por contêiner em abril para mais de US$ 5 mil atualmente. Esse montante é quase seis vezes superior ao registrado no início das tarifas.

Conforme apontado por profissionais consultados pelo Diário do Comércio, o valor do frete em contêineres sofre grande variação conforme a relação entre procura e disponibilidade, o que acarreta constantes oscilações.

No caso da atual elevação, os especialistas associam ao recomeço dos acordos entre China e EUA, que proporcionaram uma pausa temporária na disputa fiscal, somado ao ambiente global incerto, que leva à possibilidade de alteração nas rotas dos navios.

A consultora em comércio exterior da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Verônica Winter, comenta que os preços do frete haviam atingido patamares bastante reduzidos devido ao confronto tarifário, pois diversas companhias optaram por aguardar os desdobramentos antes de retomar transações. “Assim que ocorreu um intervalo nas tensões, essas empresas voltaram a realizar operações comerciais, o que gerou um crescimento na demanda e, como resultado, um aumento no custo do transporte”, explica.

Segundo o diretor executivo da China Get, empresa voltada à importação, Rodrigo Giraldelli, inicialmente a guerra de tarifas fez com que o frete atingisse patamares semelhantes aos de 2018. No entanto, com a trégua no conflito econômico, diversas empresas decidiram tanto liberar as demandas acumuladas quanto aproveitar o momento de preços mais baixos.

Giraldelli pontua que o frete marítimo de entrada possui períodos de maior movimentação, como os meses de julho e agosto, e, por esse fator, a expectativa é de mais elevações. “São nestes meses que ocorrem as compras voltadas à Black Friday e ao Natal. Por isso, a projeção é de aumento nos preços ao longo do segundo semestre”, afirma.

A especialista da Fiemg ressalta ainda que mais de 80% do comércio global é realizado por meio do transporte oceânico. “Portanto, as flutuações no valor do frete impactam negativamente o comércio internacional como um todo.” Na opinião dela, além das tarifas, o cenário geopolítico global também influencia, podendo ampliar ainda mais os custos do frete na segunda metade do ano. “Já estamos falando em valorização do petróleo, aumento no custo dos combustíveis e desvios de rotas. Tudo isso interfere diretamente no encarecimento dos produtos, tanto importados quanto exportados, e gera maior instabilidade”, observa.

Esse panorama, segundo Verônica Winter, afeta o planejamento logístico tanto dos exportadores quanto dos importadores de Minas Gerais. “As elevações no custo e as mudanças de trajeto aumentam ainda mais os gastos e comprometem também os prazos, o que pode resultar em prejuízos maiores para os negócios.”

O advogado com atuação em logística e comércio global, Larry Carvalho, também relaciona o aumento do frete ao contexto internacional. “Muitas cargas chinesas que não foram direcionadas aos EUA no período de maior tarifação acabaram sendo enviadas ao Brasil, e os portos brasileiros passaram a operar com 80% de sua capacidade.” Para ele, o Brasil se tornou uma alternativa de mercado, elevando a procura e, consequentemente, os preços do transporte.

Essas alterações acabam tornando mais caros os custos não apenas no Brasil, mas especialmente em Minas Gerais, sobretudo para empresas de menor e médio porte, analisa Giraldelli. “Para escapar dessas variações é necessário planejamento e capital disponível, algo que nem sempre está ao alcance das pequenas companhias, que não conseguem adquirir produtos nos períodos de frete mais baixo para formar estoques.”

Crescimento nos gastos logísticos exige adaptação das companhias

Diante desse ambiente instável, Giraldelli reforça que as empresas precisam traçar táticas para manter a sustentabilidade econômica. Entre as medidas, estão: negociar condições com fornecedores e operadores logísticos, buscando acordos mais adaptáveis.

Ele também indica a análise de rotas e métodos de transporte alternativos, considerando possibilidades como transporte aéreo ou terrestre, sempre que forem viáveis. Outro ponto relevante, segundo o CEO da China Get, é garantir que todos os encargos — inclusive o frete — estejam embutidos na formação de preços e devidamente repassados ao consumidor final.

“O valor do transporte internacional pode se alterar de forma repentina devido a conflitos ou decisões governamentais. Por isso, acompanhar os acontecimentos globais e agir com planejamento é fundamental para preservar a competitividade”, declarou.

O especialista também salienta que a escalada do frete marítimo representa um obstáculo importante para os importadores, exigindo uma postura estratégica e antecipada para amenizar seus efeitos e manter a presença no mercado.

Tensão entre Israel e Irã terá repercussões limitadas, dizem analistas

Na avaliação dos profissionais consultados, os reflexos diretos no frete entre Brasil e China, em decorrência de uma possível intensificação do embate entre Israel e Irã, devem ser pequenos. Segundo eles, o transporte de contêineres não passa pela área em questão, o que reduz os impactos.

Contudo, ao se considerar especificamente os combustíveis, o especialista Larry Carvalho aponta que, caso sejam interrompidos os acessos aos reservatórios de petróleo iranianos, o valor do frete pode apresentar retração. “Já se discute o fechamento das vias que abrangem os terminais do Irã.

Com isso, diversos navios-tanque ficarão parados e é provável que ocorra uma redução nos custos de transporte desses combustíveis”, argumenta.

Na sua visão, caso o Irã não consiga suprir o consumo chinês — que é bastante elevado — as embarcações inativas buscarão outras oportunidades de mercado. “Enquanto não se reposicionam, é natural que o preço caia. Somente após esse ajuste, os custos devem voltar a crescer”, comenta.

Por outro lado, a analista da Fiemg não acredita em um agravamento do conflito a ponto de comprometer passagens comerciais relevantes. “O custo político e econômico de um fechamento dessas rotas seria muito elevado. Não creio que isso vá ocorrer. O que pode de fato ter efeito é o aumento do preço do petróleo, que já vem subindo até por fatores especulativos”, avaliou.

Ainda assim, todos os entrevistados destacaram que fazer previsões é uma tarefa bastante incerta, já que qualquer mudança súbita no cenário econômico e político internacional pode alterar completamente as perspectivas.

Comércio Exterior o que é?

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Comércio exterior é a troca de produtos ou serviços entre um país e outro. Quando falando de Compra de produtos, é a Importação e quando falamos em vendas de produtos, é a exportação, cada um deles engloba uma série de procedimentos necessários para a sua execução.

O Comércio Exterior, aplicado carinhosamente como Comex, compreende vários termos, regras e normas nacionais das transações.

Estas regras do comércio exterior são de âmbito nacional, criadas para disciplinar  e orientar tudo o que diz respeito à entrada no país de mercadorias procedentes do exterior, no caso quando existe uma importação e a saída de mercadorias do território nacional, quando é uma exportação.

O que é Logística Internacional?

Logística Internacional é uma ferramenta fundamental para a expansão do comércio exterior, e deve ser utilizada de forma estratégica para diferencial competitivo nas negociações internacionais.

globalização tem tornado as empresas cada vez mais competitivas e com conceitos modernos aos seus procedimentos, negócios e produtos. Esse processo está integralmente ligado aos processos de compra, armazenagem e distribuição das mercadorias.

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O Sistema Integrado de Comércio Exterior - Siscomex é um instrumento administrativo que integra as atividades de registro, acompanhamento e controle das operações de comércio exterior.

A Logística Internacional é uma ferramenta fundamental para a expansão do comércio exterior, e deve ser utilizada de forma estratégica para diferencial competitivo nas negociações internacionais.

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