por Leandro Sprenger

13 Jun, 2025

Exportações de maçãs | Entenda mais

Em 2024, a exportação de maçãs brasileiras apresentou um crescimento significativo, consolidando o país entre os dez maiores produtores mundiais dessa fruta. De acordo com a Associação Brasileira dos Produtores de Maçã (ABPM), a produção nacional atingiu 1,2 milhão de toneladas, gerando um Valor Bruto da Produção (VBP) de R$ 2,9 bilhões. Os estados de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná foram responsáveis por 98,4% dessa colheita, destacando-se como os principais polos produtores.

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Confira os seguintes tópicos:

  • Exportações de maçãs nos últimos anos: saiba mais    
  • Mercado Chinês   
  • Infraestrutura no transporte logístico   
  • Principais destinos das exportações brasileiras de maçã   
  • Comércio Exterior o que é? 
  • O que é Logística Internacional?

Vamos lá? 😉
Exportações de maçãs

Exportações de maçãs nos últimos anos: saiba mais

No cenário internacional, a maçã brasileira alcançou a posição de décima fruta fresca mais exportada pelo país em 2024. As exportações somaram US$ 9,4 milhões, correspondendo a 10 mil toneladas comercializadas, com um preço médio de US$ 944 por tonelada. Esse desempenho reflete a qualidade e a competitividade da fruta brasileira no mercado externo.

Entretanto, o Brasil também se destacou como importador de maçãs em 2024. As importações totalizaram US$ 263,9 milhões, com a aquisição de 235,3 mil toneladas, a um preço médio de US$ 1.122 por tonelada. Esse contraste entre exportação e importação indica uma demanda interna que supera a oferta nacional, levando o país a buscar no mercado externo o complemento necessário para atender ao consumo interno.

No âmbito regional, o Paraná produziu 27,5 mil toneladas de maçãs em uma área de 979 hectares, resultando em um VBP de R$ 91,5 milhões em 2023. Contudo, entre 2014 e 2023, o estado registrou uma redução de 43,7% na área cultivada, 47,2% na produção e 56,3% no VBP real deflacionado. As regiões Metropolitana de Curitiba, Sudoeste e Campos Gerais concentram a maior parte da produção paranaense, com destaque para o município de Palmas, responsável por 29% da produção estadual.

A qualidade da safra 2024/2025 tem sido um diferencial importante. A ABPM projeta uma produção de 915 mil toneladas, representando um aumento de cerca de 10% em relação ao ciclo anterior. Os frutos desta safra apresentam tamanho médio superior, excelente coloração e características ideais para uma boa conservação pós-colheita, fatores que contribuem para a competitividade da maçã brasileira nos mercados interno e externo.

A abertura de novos mercados tem sido uma estratégia fundamental para o aumento das exportações. Empresas como a Rasip, localizada em Vacaria (RS), têm investido na expansão para mercados premium na Ásia. No primeiro semestre de 2024, a empresa iniciou embarques para os Emirados Árabes Unidos e Cingapura, países tradicionalmente abastecidos por frutas chinesas. Essa iniciativa visa diversificar os destinos e reduzir a dependência de mercados tradicionais.

Mercado Chinês

A concorrência com a China, maior produtora mundial de maçãs, é um desafio constante. A maçã brasileira disputa espaço em mercados internacionais dominados pela fruta chinesa, exigindo investimentos em qualidade, certificações e estratégias de marketing para destacar os diferenciais do produto nacional. A abertura de novos mercados, como os países asiáticos, representa uma oportunidade para ampliar a presença da maçã brasileira no exterior.

A Rússia, que já foi o principal comprador de maçãs brasileiras, reduziu significativamente suas importações devido a conflitos geopolíticos. Em 2021, o Brasil exportou 100 mil toneladas para o mercado russo; em 2022, esse número caiu para 35 mil toneladas, e em 2024, as exportações foram ainda menores, não atingindo 20 mil toneladas. Essa redução obrigou os produtores brasileiros a buscarem novos mercados para escoar a produção.

Atualmente, Bangladesh e Índia emergem como os principais importadores da maçã brasileira, seguidos por países europeus como Irlanda, Inglaterra e Portugal. A Índia, por exemplo, tem apresentado crescimento nas importações devido à aceitação de frutas de menor calibre, característica que nem sempre é bem recebida em outros mercados. Essa flexibilidade tem sido vantajosa para os exportadores brasileiros.

A expansão para o mercado peruano também representa um avanço significativo. Em 2024, o Brasil iniciou as exportações de maçãs para o Peru, ampliando a presença sul-americana e fortalecendo as relações comerciais no continente. Essa abertura é resultado de negociações e acordos fitossanitários que visam garantir a qualidade e a segurança dos produtos exportados.

A produção brasileira de maçãs enfrenta desafios climáticos que impactam diretamente na qualidade e quantidade da safra. Problemas como geadas e granizo podem comprometer a colheita, exigindo dos produtores investimentos em tecnologias de proteção e manejo adequado para mitigar os efeitos adversos do clima. A adoção de técnicas modernas e a pesquisa em variedades mais resistentes são essenciais para garantir a sustentabilidade da produção.

A competitividade no mercado internacional exige que o Brasil mantenha altos padrões de qualidade. Investimentos em infraestrutura, logística e certificações internacionais são fundamentais para atender às exigências dos consumidores estrangeiros e assegurar a presença da maçã brasileira nos principais mercados mundiais. Além disso, práticas sustentáveis e respeito às normas ambientais agregam valor ao produto e fortalecem a imagem do país como fornecedor responsável.

A diversificação de mercados é uma estratégia crucial para reduzir a dependência de poucos compradores e minimizar os impactos de oscilações na demanda. Atualmente, Bangladesh, Índia e alguns países europeus têm se destacado como destinos importantes para a maçã brasileira. Essa diversificação permite aos exportadores maior segurança e previsibilidade, reduzindo riscos e ampliando as oportunidades de crescimento no setor.

Além disso, a diferenciação do produto por meio de certificações de qualidade, rastreabilidade e práticas sustentáveis tem sido uma abordagem eficaz para agregar valor e conquistar mercados mais exigentes. A certificação GlobalG.A.P., por exemplo, tem sido um diferencial competitivo, garantindo que a produção atenda aos padrões internacionais de boas práticas agrícolas e segurança alimentar.

Infraestrutura no transporte logístico

Outro fator essencial para o sucesso das exportações brasileiras de maçã é o investimento em infraestrutura logística. O transporte adequado, a armazenagem em temperaturas controladas e a redução do tempo de trânsito são aspectos determinantes para que a fruta chegue ao destino com qualidade preservada. O uso de contêineres refrigerados e a otimização das rotas de exportação são estratégias adotadas por diversas empresas para garantir maior eficiência no escoamento da produção.

Os desafios fitossanitários também merecem atenção especial. Muitos países impõem restrições rigorosas à entrada de produtos agrícolas para evitar a introdução de pragas e doenças. Nesse sentido, os produtores brasileiros têm investido na adoção de protocolos fitossanitários e no cumprimento das exigências dos mercados internacionais. A obtenção de permissões sanitárias e a realização de inspeções rigorosas antes do embarque são práticas que garantem maior aceitação da fruta brasileira no exterior.

A inovação no setor também tem desempenhado um papel fundamental na melhoria da produção e na competitividade da maçã brasileira. O desenvolvimento de novas variedades, mais adaptadas às condições climáticas do país, e o uso de tecnologias de manejo integrado têm contribuído para aumentar a produtividade e a qualidade dos frutos. Além disso, o uso de ferramentas digitais para monitoramento e gestão da lavoura tem permitido aos produtores tomar decisões mais precisas e eficientes.

A sustentabilidade tem sido outro fator relevante no crescimento da exportação de maçãs do Brasil. A adoção de práticas agrícolas que minimizam o impacto ambiental, como o uso racional da água, o manejo sustentável do solo e a redução do uso de defensivos químicos, tem sido um diferencial na conquista de mercados que valorizam produtos ambientalmente responsáveis. Além disso, iniciativas de certificação ambiental, como o selo Rainforest Alliance, têm contribuído para ampliar as oportunidades comerciais.

O setor de maçãs no Brasil ainda conta com apoio de políticas públicas que incentivam a fruticultura e a exportação. Programas de financiamento para modernização da produção, incentivos fiscais e ações de promoção comercial no exterior têm ajudado os produtores a expandirem sua participação no mercado global. A atuação de entidades como a Associação Brasileira dos Produtores de Maçã (ABPM) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) tem sido fundamental nesse processo.

Olhando para o futuro, as perspectivas para a exportação de maçãs brasileiras são promissoras. O crescimento contínuo da demanda global por frutas frescas, aliado à expansão dos mercados consumidores na Ásia e na América Latina, abre novas oportunidades para os produtores nacionais. No entanto, para consolidar essa posição, será fundamental continuar investindo em qualidade, inovação, sustentabilidade e estratégias de marketing internacional.

Ou seja, o desempenho da exportação de maçãs brasileiras em 2024 reflete o esforço conjunto de produtores, associações e governo para fortalecer o setor no mercado internacional. Com um crescimento consistente, abertura de novos mercados e aprimoramento da produção, o Brasil se consolida como um player relevante na cadeia global de frutas frescas. A continuidade desse avanço dependerá da capacidade do país de manter sua competitividade e de se adaptar às exigências cada vez maiores dos consumidores globais.

Principais destinos das exportações brasileiras de maçã    

Os principais destinos das exportações brasileiras de maçã são:

PaísParticipação nas Exportações (%)
Rússia31%
Bangladesh29%
Índia11%

Esses três países juntos representam aproximadamente 71% das exportações totais de maçã do Brasil. É importante notar que esses números podem ter mudado nos últimos anos, e recomenda-se consultar fontes atualizadas para obter os dados mais recentes.

Comércio Exterior o que é?

Comércio exterior é a troca de produtos ou serviços entre um país e outro. Quando falando de Compra de produtos, é a Importação e quando falamos em vendas de produtos, é a exportação, cada um deles engloba uma série de procedimentos necessários para a sua execução.

E-book - passo a passo DU-E

O Comércio Exterior, aplicado carinhosamente como Comex, compreende vários termos, regras e normas nacionais das transações.

Estas regras são de âmbito nacional, criadas para disciplinar  e orientar tudo o que diz respeito à entrada no país de mercadorias procedentes do exterior, no caso quando existe uma importação e a saída de mercadorias do território nacional, quando é uma exportação.

O que é Logística Internacional?

Agora que já falamos de maneira mais aprofundada sobre o que é Comércio Exterior, vamos entender mais sobre o que é a logística internacional. A Logística Internacional é uma ferramenta fundamental para a expansão do comércio exterior, e deve ser utilizada de forma estratégica para diferencial competitivo nas negociações internacionais.

globalização tem tornado as empresas cada vez mais competitivas e com conceitos modernos aos seus procedimentos, negócios e produtos. Esse processo está integralmente ligado aos processos de compra, armazenagem e distribuição das mercadorias.

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