por Leandro Sprenger
Na mira dos Árabes | Brasil ganha espaço após aumento de tarifas dos EUA
Na esteira do recente aumento tarifário imposto pelos Estados Unidos, países árabes demonstram interesse crescente em intensificar a aquisição de mercadorias brasileiras.
Uma análise elaborada pela Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, obtida com exclusividade pelo Broadcast Agro (plataforma de informações em tempo real do Grupo Estado), identificou os bens mais prejudicados pela nova tarifa de 50% aplicada aos produtos nacionais comercializados no território americano a partir do dia 6.
Quer saber mais a respeito deste assunto envolvendo as tarifas dos Estados Unidos? Então pegue o seu café e continue conosco neste texto de hoje!
Confira os seguintes tópicos:
- Oportunidades de mercado com os países da Liga Árabe
- Café Verde: um dos destaques da nova estratégia
- Exportações de carne bovina também podem crescer
- Potencial de expansão em produtos industriais
- Vantagem competitiva: tarifas menores nos países Árabes
- Mitigar impactos e ampliar acordos
- Crescimento econômico e jovem população estimulam demanda
- Desempenho recorde e perspectivas de estabilidade
- Vantagens comerciais e complementaridade econômica
- Relações históricas e acordos comerciais
- Mercados com potencial estratégico
- Ampliar e facilitar o comércio
- O que é Logística Internacional?
- Ampliação de acordos comerciais com o Mercosul
- O que é o Siscomex?
- Comércio Exterior o que é?
Vamos lá? 😉
Oportunidades de mercado com os países da Liga Árabe
O levantamento apresenta os volumes adquiridos pelos países árabes desses itens, os maiores compradores da região e mercados com potencial para substituir os Estados Unidos como destino das exportações. As melhores perspectivas concentram-se no setor do agronegócio brasileiro, com foco nos 22 membros da Liga Árabe.
A análise destaca 13 mercadorias brasileiras que, entre os últimos cinco anos, tiveram significativa presença no comércio com os EUA e que agora apresentam potencial para serem redirecionadas, ou terem seus embarques ampliados, ao mundo árabe. Para cada produto, a Câmara sugeriu três nações árabes com maior propensão à importação.
Café Verde: um dos destaques da nova estratégia
Entre os produtos com maior possibilidade de aumento nas vendas está o café em grão cru. Em 2024, o Brasil enviou US$ 513,83 milhões desse tipo de café ao mercado árabe, comparados aos US$ 1,896 bilhão destinados aos Estados Unidos.
A entidade destaca que há espaço para crescimento em locais como Arábia Saudita, Kuwait e Argélia. Apenas US$ 49,12 milhões dos US$ 400 milhões de café comprados pela Arábia Saudita foram de origem brasileira, evidenciando um campo de expansão.
Exportações de carne bovina também podem crescer
No segmento de carne vermelha, Egito, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita também surgem como compradores em potencial.
Em 2024, o Egito importou US$ 927,12 milhões em carne bovina, dos quais somente US$ 273,07 milhões vieram do Brasil. No mesmo período, o Brasil exportou US$ 1,211 bilhão para países árabes, superando os US$ 885 milhões enviados aos EUA.
Potencial de expansão em produtos industriais
Há ainda bens que são tradicionalmente exportados aos EUA, mas que têm pouca ou nenhuma presença no comércio com os árabes, caso de produtos semielaborados de ferro e aço, além de madeira de coníferas. Máquinas pesadas como escavadeiras e carregadoras são amplamente adquiridas por países árabes, porém a participação brasileira ainda é incipiente, o que aponta para espaço de crescimento.
Vantagem competitiva: tarifas menores nos países Árabes
Produtos como café cru, carne bovina congelada e açúcar entram nos mercados árabes com tributações bem mais brandas que nos Estados Unidos. Por exemplo, enquanto o café verde enfrenta 50% de tarifa nos EUA, pode entrar isento de imposto em países árabes.
Já a carne bovina paga de 0% a 6%, o açúcar varia de 0% a 20%, e os produtos de ferro e aço têm alíquotas entre 0% e 12%, comparados aos 50% exigidos pelos americanos. O petróleo refinado, que é uma das principais exportações brasileiras para os EUA, tem imposto de 50% lá, contra apenas 5% nos países da Liga Árabe.
Mitigar impactos e ampliar acordos
Segundo a Câmara, há dois focos principais: minimizar os efeitos da nova cobrança imposta pelos EUA (40% adicionais somados aos 10% já vigentes desde 5 de abril) e fortalecer os laços econômicos entre Brasil e países árabes.
A análise considerou os 20 principais itens exportados do Brasil aos Estados Unidos, avaliando tarifas e mercados alternativos entre os países árabes que não foram isentos da nova taxa.
A entidade ressalta que há uma procura crescente por produtos brasileiros com tarifas reduzidas, entre 0% e 30%, o que, somado ao aumento das taxas norte-americanas, representa uma abertura estratégica para redirecionar os fluxos de exportação.
Crescimento econômico e jovem população estimulam demanda
Os países árabes apresentam avanço populacional e econômico superior à média mundial. A população é jovem e o Brasil é um fornecedor crucial para a segurança alimentar da região.
Ele reforça que as empresas brasileiras e o governo precisam considerar o mercado árabe como prioridade ao traçar planos para redirecionar produtos que perderão espaço nos EUA.
Desempenho recorde e perspectivas de estabilidade
Em 2024, o Brasil registrou exportações recordes de US$ 23,68 bilhões para os países árabes, com superávit de US$ 13,50 bilhões. Emirados Árabes Unidos, Egito e Arábia Saudita lideram as compras. Para 2025, projeta-se estabilidade ou leve expansão nas exportações.
A agropecuária lidera a pauta brasileira, representando 76% dos embarques no ano anterior. Os itens mais comercializados foram açúcar, frango, minério de ferro, milho, cereais diversos e carne bovina.
O Brasil é o principal provedor de diversos bens, como milho, carne suína, soja em grão, amendoim, gordura bovina, suco de laranja congelado, entre outros.
Vantagens comerciais e complementaridade econômica
A Câmara enfatiza que existe uma forte complementaridade nas relações comerciais Brasil-países árabes, com alíquotas mais baixas em diversos segmentos.
Enquanto o Brasil exporta majoritariamente bens agrícolas e alimentos, os árabes fornecem, principalmente, petróleo e fertilizantes. O custo do frete, embora elevado em alguns casos, não impede as transações comerciais.
Relações históricas e acordos comerciais
A Câmara também quer reforçar com o governo brasileiro a conexão histórica entre o Brasil e os países árabes, que ultrapassa um século.
Mercados com potencial estratégico
A entidade aponta que países como Egito, Argélia, Iraque e Líbia necessitam de atenção especial por parte das empresas brasileiras.
O Egito, por exemplo, possui acordo comercial com o Mercosul, o que favorece as exportações. Já Líbia e Iraque, embora mais instáveis no passado, apresentam economias sustentadas pelo petróleo, com capacidade de importação. A Argélia, com mais de 40 milhões de habitantes, também é relevante, embora imponha tarifas elevadas que precisam ser discutidas.
Proposta de ação: ampliar e facilitar o comércio
A Câmara Árabe propõe ao governo um plano abrangente com três eixos principais: conscientização, diversificação e facilitação do comércio. O projeto inclui ações conjuntas entre o setor privado, o governo e a própria Câmara, com foco em potencializar o redirecionamento das exportações.
As medidas sugeridas abrangem promoção comercial de itens com atratividade tarifária, adaptação às exigências locais (como certificação halal), intensificação de tratados comerciais e diplomáticos, emissão facilitada de vistos para empresários e organização de missões de negócios.
Ampliação de acordos comerciais com o Mercosul
A entidade também reforça a importância de acelerar acordos de livre comércio entre Mercosul e países árabes. Há negociações em curso com Tunísia, Marrocos, Jordânia, Líbano e o Conselho de Cooperação do Golfo.
Um exemplo é o acordo com o Egito, assinado em 2010, que resultou quase na duplicação das exportações brasileiras ao país. Entre os diálogos mais promissores está o com os Emirados Árabes Unidos.
O que é o Siscomex?
O SISCOMEX é a sigla de Sistema Integrado de Comércio Exterior - é um instrumento informatizado, por meio do qual é exercido o controle governamental do comércio exterior brasileiro.
O Sistema entrou em operação em 1993 com o módulo de Exportação e, em 1997, para as importações. Em 2014 foi lançado o Portal Único de Comércio Exterior.
Sem dúvida o Brasil inovou ao criar um fluxo único de informações na década de 90. Entretanto uma nova revisão se faz necessária atualmente. Dessa forma, desde 2014 iniciou-se o projeto do Portal Único de Comércio Exterior.
Comércio Exterior o que é?
Comércio exterior é a troca de produtos ou serviços entre um país e outro. Quando falando de Compra de produtos, é a Importação e quando falamos em vendas de produtos, é a exportação, cada um deles engloba uma série de procedimentos necessários para a sua execução.
O Comércio Exterior, aplicado carinhosamente como Comex, compreende vários termos, regras e normas nacionais das transações.
Estas regras do comércio exterior são de âmbito nacional, criadas para disciplinar e orientar tudo o que diz respeito à entrada no país de mercadorias procedentes do exterior, no caso quando existe uma importação e a saída de mercadorias do território nacional, quando é uma exportação.
O que é Logística Internacional?
Agora que já falamos de maneira mais aprofundada sobre o que é Comércio Exterior, vamos entender mais sobre o que é a logística internacional. A Logística Internacional é uma ferramenta fundamental para a expansão do comércio exterior, e deve ser utilizada de forma estratégica para diferencial competitivo nas negociações internacionais.
A globalização tem tornado as empresas cada vez mais competitivas e com conceitos modernos aos seus procedimentos, negócios e produtos. Esse processo está integralmente ligado aos processos de compra, armazenagem e distribuição das mercadorias.
E aí, gostou deste artigo? Então se inscreva no nosso blog e fique por dentro de mais notícias sobre exportação, importação e drawback. 😉
O Sistema Integrado de Comércio Exterior - Siscomex é um instrumento administrativo que integra as atividades de registro, acompanhamento e controle das operações de comércio exterior.
A Logística Internacional é uma ferramenta fundamental para a expansão do comércio exterior, e deve ser utilizada de forma estratégica para diferencial competitivo nas negociações internacionais.
Comércio exterior é a troca de produtos ou serviços entre um país e outro. Quando falando de Compra de produtos, é a Importação e quando falamos em vendas de produtos, é a exportação, cada um deles, engloba uma série de procedimentos.