A importância dos Estados Unidos como parceiro comercial do Brasil tem sofrido uma queda constante nas últimas duas décadas. Entre 2001 e 2024, a fatia americana nas vendas externas brasileiras caiu de 24,4% para 12,2%, uma redução de quase 50%.

Esses dados fazem parte do Indicador de Comércio Exterior (Icomex), uma análise mensal realizada pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV), publicada no dia 14 de julho de 2025.

Quer saber mais a respeito deste assunto envolvendo as tarifas dos EUA? Então pegue o seu café e continue conosco neste texto de hoje!

Confira os seguintes tópicos:

• China domina, enquanto EUA perdem espaço
• Distribuição atual das exportações brasileiras
• Queda também nas compras brasileiras de produtos americanos
• Participação atual nas compras externas brasileiras
• Principais itens exportados para os Estados Unidos
• Tarifa de Trump atinge setores estratégicos
• Percentual das exportações direcionadas aos EUA
• Política tarifária americana e reação brasileira
• Brasil avalia contramedidas

Vamos lá? 😉


China domina, enquanto EUA perdem espaço

Enquanto o mercado americano recuava, o comércio com a China deu um salto impressionante. O país asiático, atualmente o maior destino dos produtos brasileiros, viu sua parcela crescer mais de oito vezes: de 3,3% em 2001 para 28% em 2024.

Outros parceiros tradicionais, como a União Europeia (queda de 44%) e os países da América do Sul (diminuição de 31%), também cederam espaço à China, embora ainda se mantenham à frente dos Estados Unidos no ranking de destino das exportações.

Distribuição atual das exportações brasileiras:

• China: 28%

• União Europeia: 14,3%

• América do Sul: 12,2%

• Estados Unidos: 12%

O levantamento do Ibre/FGV teve como fonte as estatísticas da Secretaria de Comércio Exterior, vinculada ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).

O relatório avalia a dinâmica da balança comercial, ou seja, a diferença entre vendas e compras internacionais, com foco especial na nova medida anunciada pelo presidente americano Donald Trump: a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros a partir de 1º de agosto.

Queda também nas compras brasileiras de produtos americanos

Além de vender menos aos americanos, o Brasil também tem importado menos deles. Em 2001, 22,7% das aquisições internacionais brasileiras vinham dos Estados Unidos. Em 2024, esse número encolheu para 15,5%, o que representa uma queda de 32%.

Nesse mesmo intervalo, a presença chinesa nas importações brasileiras disparou, passando de 2,3% para 24,2%. Já a participação da União Europeia caiu 31%, e a da América do Sul, 45%.

Participação atual nas compras externas brasileiras:

• China: 24,2%

• União Europeia: 18%

• Estados Unidos: 15,5%

• América do Sul: 10,2%

Exportações aos EUA são mais variadas que à China

Um ponto positivo do intercâmbio com os Estados Unidos é a variedade de produtos. Enquanto as exportações para a China se concentram em petróleo, soja e minério de ferro, que juntos somam 96% das vendas, as remessas para os EUA são mais diversificadas: dez diferentes produtos representam 57% do total.

Principais itens exportados para os Estados Unidos:

• Petróleo bruto: 14%

• Produtos semiacabados de ferro e aço: 8,8%

• Aeronaves e peças: 6,7%

• Café torrado: 4,7%

• Ferro-gusa e ligas metálicas: 4,4%

• Óleos combustíveis (exceto brutos): 4,3%

• Celulose: 4,1%

• Produtos da indústria de transformação: 3,8%

• Máquinas e equipamentos para construção: 3,6%

• Sucos vegetais e de frutas: 3%

Tarifa de Trump atinge setores estratégicos

De acordo com o Ibre/FGV, setores como siderurgia, aviação, bebidas naturais e máquinas pesadas serão os mais afetados pela nova tarifa imposta pelos Estados Unidos, dada sua forte dependência desse mercado.

Percentual das exportações direcionadas aos EUA:

• Ferro fundido e derivados: 86%

• Semimanufaturados de aço: 72,5%

• Aeronaves: 63%

• Escavadeiras e pás mecânicas: 53%

• Sucos naturais: 34%

Política tarifária americana e reação brasileira

O relatório lembra que o presidente Donald Trump já havia sinalizado medidas semelhantes no passado. Em 2 de abril deste ano, conhecido como “Dia da Liberação” (Liberation Day), ele ameaçou aplicar tarifas a diversos parceiros comerciais.

Na ocasião, o Brasil enfrentaria um imposto de 10%, em meio a um embate tarifário com a China que chegou a alíquotas de até 145%. Após negociações, os dois países reduziram as tarifas para 30%.

Recentemente, outros países conseguiram firmar acordos com os EUA para evitar novas sanções. O Brasil, no entanto, foi surpreendido com a aplicação da taxa de 50% sobre seus produtos.

Brasil avalia contramedidas

Diante do novo cenário, o governo brasileiro estuda formas de resposta. Além de abrir canais de negociação, cogita-se o uso da Lei de Reciprocidade Econômica, que permitiria ao Brasil impor tarifas similares aos produtos americanos, tornando-os menos competitivos no mercado nacional.

Conheça as importações de Estados Unidos

Segundo levantamentos realizados pelo Comex Stat, em 2025, os principais produtos brasileiros importados de Estados Unidos são:

Fonte: ComexStat — Dados do Ano de 2025.

Novo Processo de Exportação: o que é?

Atualmente, existem diferentes frentes de trabalho dentro do Programa Portal Único, envolvendo todo o governo brasileiro e contando com apoio e participação do setor privado. 

Dentre essas iniciativas, merece destaque o desenvolvimento do Novo Processo de Exportação, concluído em 2016. Esse trabalho engloba o mapeamento dos processos atuais de exportação e a identificação de necessidades dos intervenientes públicos e privados para a criação de um fluxo contínuo de informações por meio do Portal Único.

Ou seja, podemos concluir que o Novo Processo de Exportação (NPE) promove um fluxo de informações mais eficiente e integração entre os intervenientes do comércio exterior públicos e privados. 

Sua implementação se deu junto ao Portal Único do Comércio Exterior, Siscomex, pela Receita Federal Brasileira em conjunto ao SECEX e desde então vem otimizando os processos de comércio exterior, seja diminuindo o tempo necessário entre as etapas, como também reduzindo custos inerentes às operações, o que aumenta a competitividade brasileira frente ao mercado externo.

Principais produtos Exportados pelo Brasil

Confira a seguir o ranking dos 10 produtos que mais exportamos nos últimos anos:

Fonte: ComexStat.

O que é o Siscomex?

O SISCOMEX é a sigla de Sistema Integrado de Comércio Exterior - é um instrumento informatizado, por meio do qual é exercido o controle governamental do comércio exterior brasileiro.

O Sistema entrou em operação em 1993 com o módulo de Exportação e, em 1997, para as importações. Em 2014 foi lançado o Portal Único de Comércio Exterior.

Sem dúvida o Brasil inovou ao criar um fluxo único de informações na década de 90. Entretanto uma nova revisão se faz necessária atualmente. Dessa forma, desde 2014 iniciou-se o projeto do Portal Único de Comércio Exterior.

Comércio Exterior o que é?

Comércio exterior é a troca de produtos ou serviços entre um país e outro. Quando falando de Compra de produtos, é a Importação e quando falamos em vendas de produtos, é a exportação, cada um deles engloba uma série de procedimentos necessários para a sua execução.

O Comércio Exterior, aplicado carinhosamente como Comex, compreende vários termos, regras e normas nacionais das transações.

Estas regras do comércio exterior são de âmbito nacional, criadas para disciplinar  e orientar tudo o que diz respeito à entrada no país de mercadorias procedentes do exterior, no caso quando existe uma importação e a saída de mercadorias do território nacional, quando é uma exportação.

O que é Logística Internacional?

Agora que já falamos de maneira mais aprofundada sobre o que é Comércio Exterior, vamos entender mais sobre o que é a logística internacional. A Logística Internacional é uma ferramenta fundamental para a expansão do comércio exterior, e deve ser utilizada de forma estratégica para diferencial competitivo nas negociações internacionais.

A globalização tem tornado as empresas cada vez mais competitivas e com conceitos modernos aos seus procedimentos, negócios e produtos. Esse processo está integralmente ligado aos processos de compra, armazenagem e distribuição das mercadorias.

E aí, gostou deste artigo? Então se inscreva no nosso blog e fique por dentro de mais notícias sobre exportação, importação e drawback. 😉