A entrada de produtos vindos da China no território brasileiro atingiu um patamar inédito nos cinco primeiros meses deste ano, o que fez com que o governo federal acionasse um alerta e atualizasse ações de defesa econômica.

A preocupação das autoridades brasileiras aumentou diante da chance de um desvio nas vendas externas da China para o Brasil, considerando as tensões comerciais em ascensão entre Pequim e os Estados Unidos.

Quer saber mais a respeito deste assunto envolvendo a importação de produtos da China? Então pegue o seu café e continue conosco neste texto de hoje!

Confira os seguintes tópicos:

• Importação de produtos chineses bate recorde
• Qual é o impacto da entrada de aço chinês para o setor industrial brasileiro?
• Principais produtos brasileiros exportados para China
• Comércio Exterior o que é?
• O que é Logística Internacional?

Vamos lá? 😉


Importação de produtos chineses bate recorde

O próprio vice-presidente e também titular da pasta de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, declarou que está “fiscalizando de forma minuciosa” as compras externas do país.

“O setor industrial precisa se manter vigilante para evitar que essa tendência resulte em uma avalanche de itens sendo colocados no mercado brasileiro. Estamos examinando detalhadamente as importações. Isso é uma proteção legítima à indústria nacional, não se trata de uma política protecionista”, afirmou ele durante um evento promovido pelo segmento industrial no fim de maio.

Já no começo de junho, a Secretaria de Defesa Comercial (Decom), vinculada ao MDIC, deu início a uma investigação sobre as vendas externas de 25 categorias de produtos de origem siderúrgica (classificadas conforme os códigos NCM – Nomenclatura Comum do Mercosul) provenientes da China. Trata-se da maior apuração já realizada pela Decom em quantidade de NCMs envolvidos.

A análise, que visa detectar práticas de concorrência desleal – conhecidas como dumping, quando mercadorias são vendidas no exterior por valores abaixo dos praticados no próprio país de origem –, foi oficializada por meio de publicação no Diário Oficial da União na última segunda-feira (2).

Adicionalmente, no final de maio, a Câmara de Comércio Exterior (Camex), que faz parte do MDIC, decidiu prorrogar a tarifa de 25% aplicada sobre a entrada de 19 tipos de aço e expandi-la para mais quatro códigos NCM. Com isso, a tributação passa a abranger 23 itens e valerá por um período de 12 meses.

Qual é o impacto da entrada de aço chinês para o setor industrial brasileiro?

Entre janeiro e maio, o Brasil importou um total de US$ 29,5 bilhões em produtos chineses, comparado a US$ 23,3 bilhões no mesmo intervalo de 2024 — um avanço de 26%.

Por outro lado, as exportações brasileiras destinadas à China diminuíram aproximadamente 10% nesse mesmo período.

Vale ressaltar que, em fevereiro, o Brasil adquiriu da China uma plataforma petrolífera no valor de US$ 2,6 bilhões. Esse tipo de operação específica influencia diretamente a balança comercial entre os países.

Devido a esse peso fora do comum, o saldo da balança comercial brasileira registrou um raro resultado negativo de US$ 300 milhões no mês.

Entre os itens importados que ultrapassaram a marca de US$ 500 milhões nos cinco primeiros meses, destacam-se os aumentos mais expressivos nas compras de insumos químicos e fertilizantes — que duplicaram —, além de compostos organo-inorgânicos e estruturas químicas heterocíclicas, insumos utilizados na produção de remédios, agroquímicos e aditivos industriais.

No entanto, esses materiais não estão no centro das preocupações do governo federal. A principal atenção está voltada para o aço e para os automóveis elétricos provenientes da China — justamente os setores com maior sensibilidade da indústria local em relação à concorrência externa.

Há mais de um ano, a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) tem tentado persuadir o MDIC a antecipar o reajuste da tarifa de importação para os veículos elétricos. Atualmente fixada em 18%, a alíquota está programada para atingir 35% em julho de 2026.

Enquanto isso, autoridades chinesas vêm pressionando por uma diminuição desses tributos. Até o momento, o governo brasileiro não apresentou resposta a nenhuma das solicitações.

A entrada de aço importado, uma questão de longa data para o setor nacional, tornou-se ainda mais crítica após a gestão do ex-presidente Donald Trump nos Estados Unidos estabelecer tarifas sobre o aço estrangeiro.

Essa decisão alimentou receios de que a China busque mercados alternativos, como o Brasil, para escoar sua produção excedente. Ainda assim, o governo brasileiro tem procurado reagir às pressões vindas da cadeia produtiva do aço.

Na prática, a chegada maciça de aço chinês ao mercado interno, muitas vezes com valores inferiores aos nacionais, torna o produto estrangeiro mais atraente economicamente. Isso caracteriza o que o setor chama de dumping.

Como consequência, empresas brasileiras perdem espaço competitivo: enfrentam obstáculos para comercializar seus produtos, reduzem suas operações, demitem funcionários e, em situações extremas, encerram suas atividades.

Para ilustrar, imagine que uma usina siderúrgica no Brasil comercialize a tonelada de aço por R$ 6.500, enquanto o mesmo item vindo da China chegue a R$ 5.500, com qualidade equivalente. Empresas dos setores automobilístico, de eletrodomésticos e da construção civil tendem a optar pelo produto mais barato.

É justamente por esse motivo que o governo impõe tarifas de importação: como forma de preservar a indústria nacional e tentar manter a competitividade de forma justa.

Principais produtos brasileiros exportados para China

Segundo levantamentos realizados pelo Comex Stat, em 2025, os principais produtos brasileiros exportados para China são:

Fonte: ComexStat - Dados do Ano de 2025.

O que é o Novo Processo de Importação (NPI)

O Novo Processo de Importação, ou simplesmente NPI é o Projeto do Governo de reestruturação, simplificação e desburocratização das Importações Brasileiras. O Portal Siscomex é um dos instrumentos do NPI, no qual temos uma reestruturação de documentos eletrônicos tais como: a DUIMP, o Catálogo de Produtos, LPCO e outros.

👉 Mas não ficando só nisso, e passando também por mapeamento, reestruturação de normas, processos e legislações. 

Comércio Exterior o que é?

Comércio exterior é a troca de produtos ou serviços entre um país e outro. Quando falando de Compra de produtos, é a Importação e quando falamos em vendas de produtos, é a exportação, cada um deles engloba uma série de procedimentos necessários para a sua execução.

O Comércio Exterior, aplicado carinhosamente como Comex, compreende vários termos, regras e normas nacionais das transações.

Estas regras do comércio exterior são de âmbito nacional, criadas para disciplinar  e orientar tudo o que diz respeito à entrada no país de mercadorias procedentes do exterior, no caso quando existe uma importação e a saída de mercadorias do território nacional, quando é uma exportação.

O que é Logística Internacional?

A Logística Internacional é uma ferramenta fundamental para a expansão do comércio exterior, e deve ser utilizada de forma estratégica para diferencial competitivo nas negociações internacionais.

A globalização tem tornado as empresas cada vez mais competitivas e com conceitos modernos aos seus procedimentos, negócios e produtos. Esse processo está integralmente ligado aos processos de compra, armazenagem e distribuição das mercadorias.

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