por Leandro Sprenger
EUA | Metade das vendas externas pode enfrentar limite tarifário
Segundo dados apurados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o aumento tarifário promovido pelo presidente Donald Trump deverá afetar cerca de 41,4% dos itens que o Brasil comercializa com os Estados Unidos.
Isso corresponde a 7.691 mercadorias de diferentes áreas que estarão sujeitas a uma carga tributária combinada de 50%. Em 2024, esses envios ao exterior somaram US$ 17,5 bilhões.
Quer saber mais a respeito deste assunto envolvendo as taxas dos EUA sobre o Brasil? Então pegue o seu café e continue conosco neste texto de hoje!
Confira os seguintes tópicos:
- Impacto das taxas americanas nos produtos brasileiros
- Setor de extração mineral
- Isenções da taxa extra de 40%
- Ações específicas da Seção 232
- O que é o Siscomex?
- Comércio Exterior o que é?
- O que é Logística Internacional?
Vamos lá! 😉
Impacto das taxas americanas nos produtos brasileiros
O setor industrial de bens manufaturados, principal responsável pelos embarques ao mercado norte-americano, responde por 69,9% desse montante, com 7.184 itens atingidos pelo novo encargo tarifário, totalizando US$ 12,3 bilhões ao longo de 2024.
De acordo com o levantamento da CNI, os ramos com maior volume de produtos impactados pela sobretaxa de 50% incluem: vestuário e complementos (14,6%), equipamentos e máquinas (11,2%), artigos têxteis (10,4%), gêneros alimentícios (9,0%), compostos químicos (8,7%) e artefatos de couro e calçados (5,7%).
Os segmentos de ferro, alumínio e cobre, sujeitos às tarifas impostas com base na Seção 232 do Trade Expansion Act, referência utilizada para o estudo, representam 9,3% do total exportado e também estarão sujeitos ao acréscimo de 50% nas alíquotas.
Somando-se esses grupos, o impacto abrange 50,7% de toda a pauta de exportação do Brasil para os Estados Unidos.
Setor de extração mineral
A análise da CNI também demonstra que os envios que permanecem livres de tarifas adicionais concentram-se majoritariamente na área extrativa, que responde por 68,9% dos negócios isentos, com destaque para petróleo leve e pesado.
Dentro da indústria de transformação, o segmento de produção de coque, derivados de petróleo e fontes renováveis de energia corresponde a 21,5% do valor não tarifado, especialmente no que se refere a combustíveis automotivos alternativos e óleos pesados (excluindo biodiesel).
O restante dos valores exportados sem incidência tarifária está concentrado nas áreas de metalurgia e de madeira.
Isenções da taxa extra de 40%
A Ordem Executiva 14.323, que introduz um tributo adicional de 40%, traz uma lista de itens que podem ser isentos mediante comprovação de uso na aviação civil. No recorte de 2024, essas exportações somaram US$ 2,9 bilhões, o equivalente a 6,9% da pauta total, conforme destaca a CNI.
No setor de Equipamentos de Transporte Diversos, foram exportadas 41 mercadorias, que geraram US$ 1,9 bilhão em 2024. Aeronaves civis com peso entre 4,5 e 15 toneladas, e também acima disso, responderam por 52,3% do valor com possibilidade de isenção, por estarem mais alinhadas ao uso na aviação comercial.
A aplicação dessa isenção específica pode modificar o real alcance da tarifa de 40% sobre 601 itens exportados. Caso a exceção seja concedida, 577 produtos estariam sujeitos apenas à alíquota de 10% anunciada em abril, enquanto outros 4 seriam totalmente desonerados, conforme estimativa da entidade.
Os grupos com maior quantidade de produtos nessa situação são: máquinas e aparelhos (34,9%), equipamentos de tecnologia da informação, dispositivos eletrônicos e ópticos (26,5%), equipamentos e componentes elétricos (17,7%), artefatos de borracha e plásticos (7,2%) e meios de transporte diversos (7,1%).
Ações específicas da Seção 232
A investigação da CNI também identificou a parte das exportações que pode ser afetada por medidas específicas já aplicadas no âmbito da Seção 232. Em 2024, esse segmento representou US$ 5,2 bilhões, o que equivale a 12,3% do total exportado pelo Brasil aos EUA.
Entre as ações em vigor, as que incidem sobre aço e alumínio são as mais significativas, abrangendo 8,7% das vendas, seguidas por automóveis e peças (3,0%) e cobre (0,6%).
Além dessas, os Estados Unidos vêm expandindo a aplicação da Seção 232, com diversas apurações em curso que podem resultar em novos encargos tarifários sobre áreas específicas.
Estão sob análise setores como aviação e motores, veículos pesados, produtos florestais, minerais estratégicos, medicamentos, componentes eletrônicos, silício purificado e drones.
O que é o Siscomex?
O SISCOMEX é a sigla de Sistema Integrado de Comércio Exterior - é um instrumento informatizado, por meio do qual é exercido o controle governamental do comércio exterior brasileiro.
O Sistema entrou em operação em 1993 com o módulo de Exportação e, em 1997, para as importações. Em 2014 foi lançado o Portal Único de Comércio Exterior.
Sem dúvida o Brasil inovou ao criar um fluxo único de informações na década de 90. Entretanto uma nova revisão se faz necessária atualmente. Dessa forma, desde 2014 iniciou-se o projeto do Portal Único de Comércio Exterior.
Comércio Exterior o que é?
Comércio exterior é a troca de produtos ou serviços entre um país e outro. Quando falando de Compra de produtos, é a Importação e quando falamos em vendas de produtos, é a exportação, cada um deles engloba uma série de procedimentos necessários para a sua execução.
O Comércio Exterior, aplicado carinhosamente como Comex, compreende vários termos, regras e normas nacionais das transações.
Estas regras do comércio exterior são de âmbito nacional, criadas para disciplinar e orientar tudo o que diz respeito à entrada no país de mercadorias procedentes do exterior, no caso quando existe uma importação e a saída de mercadorias do território nacional, quando é uma exportação.
O que é Logística Internacional?
Agora que já falamos de maneira mais aprofundada sobre o que é Comércio Exterior, vamos entender mais sobre o que é a logística internacional. A Logística Internacional é uma ferramenta fundamental para a expansão do comércio exterior, e deve ser utilizada de forma estratégica para diferencial competitivo nas negociações internacionais.
A globalização tem tornado as empresas cada vez mais competitivas e com conceitos modernos aos seus procedimentos, negócios e produtos. Esse processo está integralmente ligado aos processos de compra, armazenagem e distribuição das mercadorias.
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O Sistema Integrado de Comércio Exterior - Siscomex é um instrumento administrativo que integra as atividades de registro, acompanhamento e controle das operações de comércio exterior.
A Logística Internacional é uma ferramenta fundamental para a expansão do comércio exterior, e deve ser utilizada de forma estratégica para diferencial competitivo nas negociações internacionais.
Comércio exterior é a troca de produtos ou serviços entre um país e outro. Quando falando de Compra de produtos, é a Importação e quando falamos em vendas de produtos, é a exportação, cada um deles, engloba uma série de procedimentos.