Veja os maiores gargalos do transporte marítimo mundial

Atualizado em: por Sinara Bueno.

Após o bloqueio do Canal de Suez por um navio porta-contêineres durante uma semana (23 a 29 de março de 2021), resolvemos escrever esse artigo sobre os maiores gargalos do transporte marítimo mundial.

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Vamos saber mais onde estão os riscos do transporte marítimo? 😉 

Os maiores gargalos do transporte marítimo mundial

Os maiores gargalos do transporte marítimo mundial

Mesmo após o Canal de Suez ser liberado após o desencalhe do navio da Evergreen, consideramos colocar num só texto todos os gargalos a que os navios de carga estão sujeitos. Sem mais delongas, vamos falar dos seguintes gargalos:

  1. Canal de Suez
  2. Canal do Panamá
  3. Estreito de Ormuz
  4. Estreito de Malaca
  5. Canal da Mancha
  6. Estreito de Gibraltar

1- Canal de Suez

Palco do encalhe do navio Ever Given por uma semana, causando um atraso em quase 400 navios, o Canal de Suez é um canal artificial, que atualmente possui 193,3 km de comprimento, e corta o Egito ligando os mares Mediterrâneo e Vermelho. Dessa forma, o Canal de Suez permite a comunicação marítima entre a Europa e a Ásia sem a necessidade de realizar o contorno do continente africano, o que acrescentaria um mês de viagem. Essa passagem tornou o Egito uma espécie de portal entre o Ocidente e o Oriente.

Para ilustrar:

Os maiores gargalos do transporte marítimo mundial

A travessia do Canal de Suez por um navio cargueiro leva de 13 a 15 horas. Em 2020, passaram pelo canal aproximadamente 19.000 navios, perfazendo uma média de mais de 50 navios por dia cruzando o canal egípcio, o que corresponde a aproximadamente 14% do comércio mundial. Por lá, passa-se todo o tipo de navio e carga. A maioria dos navios carregam toneladas de contêineres, mas também circulam por ali navios tanques de gás e até porta-aviões americanos.

Com o acidente do navio Ever Given, o Canal de Suez passou a ser avaliado como um dos maiores gargalos do transporte marítimo mundial.

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2- Canal do Panamá

O Canal do Panamá é um canal artificial de 82 km de comprimento, que corta o Panamá, ligando os oceanos Pacífico e Atlântico. Trata-se de um marco da engenharia do século XX, criado para facilitar o comércio marítimo mundial. O canal permite que os navios evitem a longa rota do Cabo Horn em torno da ponta mais meridional da América do Sul, onde ventos fortes, correntes e icebergs fazem dessas águas uma das mais difíceis do mundo.

Para ilustrar:

Os maiores gargalos do transporte marítimo mundial

Como existe uma diferença quanto ao nível dos oceanos Pacífico e Atlântico, a construção de diversas comportas (ou eclusas) foi necessária, sendo as principais: Eclusas de Gatún, Eclusa de Pedro Miguel e Eclusas de Miraflores. Para atravessá-lo, um navio leva de 6 a 8 horas. Pelo Canal do Panamá passam, por ano, 15 mil navios, o que corresponde a aproximadamente 4% do comércio mundial. As principais rotas que utilizam a estrutura são as associadas à Costa Leste dos Estados Unidos, principalmente com destino à Costa Oeste da América do Sul. Há também fluxo de cargas com origem europeia para a Costa Oeste dos Estados Unidos e do Canadá.

3- Estreito de Ormuz

O Estreito de Ormuz está situado na entrada do Golfo Pérsico, entre Omã, localizado na Península Arábica e o Irã. É uma das principais rotas de comércio e, portanto, trata-se de uma via marítima estratégica por onde transita mais de 33% do petróleo mundial e 20% do transporte marítimo mundial. Por isso, qualquer coisa que aconteça por ali reflete no preço da gasolina e na economia do mundo todo. De pequena extensão, tem 54 km de largura mínima e seu trecho mais largo não passa de 100 km.

Para ilustrar:

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O Estreito de Ormuz é a única ligação entre o Golfo Pérsico e os oceanos. Todo o tráfego marítimo de e para os principais países exportadores de petróleo do mundo tem que passar pela via. O Estreito de Ormuz é também importante para o transporte de gás natural liquefeito (GNL) do Catar, o maior fornecedor mundial do produto.

O ponto mais estreito da passagem se situa entre o Irã, ao norte, e Omã, ao sul. Considerando-se as águas territoriais dos dois países, a área navegável se reduz a apenas 10 quilômetros. Nessa faixa de água é que os superpetroleiros passam, diariamente, transportando mais de 15 milhões de barris de petróleo.

O petróleo vem de países como Arábia Saudita, Iraque, Irã, Kuwait, Catar, Bahrein e Emirados Árabes Unidos. Os navios viajam com destino aos Estados Unidos, Europa Ocidental e sobretudo, China, Índia e Japão.

4- Estreito de Malaca

O Estreito de Malaca localiza-se entre a Malásia e a ilha indonésia de Sumatra. É nomeado desta forma por conta do Sultanato de Malaca, que governou o arquipélago entre 1400 e 1511. A Organização Hidrográfica Internacional define os limites do estreito de Malaca como limitado ao leste pela linha que une Pedropunt, o ponto mais setentrional de Sumatra e Lem Voalan, a extremidade sul da ilha de Phuket, na Tailândia; no centro, pela linha que une Tanjong Piai, na extremidade sul da Península Malaia, e Klein Karimoen; ao Norte. pela costa sudoeste da Península Malaia e ao sul, pela costa nordeste da ilha de Sumatra.

Para ilustrar:

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Com cerca de 900 quilômetros de comprimento, o Estreito de Malaca é o principal gargalo da Ásia e uma das rotas marítimas mais congestionadas. O canal liga o continente ao Oriente Médio e à Europa, e por ele passam cerca de 40% do comércio mundial. Mais de 100 mil navios o atravessam por ano.

Em seu ponto mais estreito, em Cingapura, ele tem apenas 2,7 quilômetros de largura, criando um gargalo natural e uma área propícia a colisões, encalhamentos ou derramamentos de óleo.

Cerca de 16 milhões de barris de petróleo passaram pelo canal em 2016, fazendo dele a segunda passagem de combustíveis mais relevante do mundo. O estreito tem importância estratégica crescente para Pequim. Cerca de 80% das importações de petróleo cru da China passam por ele, provenientes do Oriente Médio e da África.

5- Canal da Mancha

O Canal da Mancha é uma via aquática que liga a Grã-Bretanha à França. Com uma área aproximada de 75.000 km2, ele estabelece conexão do Mar do Norte com o Oceano Atlântico. Com uma profundidade entre 120 metros e 40 metros, o Canal possui cerca de 560 km de extensão. Sua largura varia de 180 km (na parte oeste) a 34 km (na parte leste). 

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O tráfego marítimo no Canal da Mancha é um dos mais intensos do mundo, especialmente pelas ligações possíveis entre a França e a Inglaterra. Entre as cidades de Dover (Inglaterra) e Calais (França) é que se concentram os maiores índices de navegabilidade. Durante muito tempo na história, principalmente por conta dos recursos de navegação mais precários, foram registrados acidentes marítimos no Canal da Mancha, por conta das fortes tempestades que acometem o local. Destacam-se no Canal da Mancha o transporte de mercadorias diversificadas e ainda navios petroleiros.

6- Estreito de Gibraltar

O Estreito de Gibraltar é um canal marítimo que separa dois continentes: África e Europa. Está localizado entre o sul da Espanha, no território britânico de Gibraltar e o norte de Marrocos, em Ceuta. Ele une o Mar Mediterrâneo (leste) ao Oceano Atlântico (oeste) e possui aproximadamente 15 quilômetros de distância e cerca de 300 a 1.000 metros de profundidade. 

Para ilustrar:

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O Estreito de Gibraltar é um gargalo natural na junção das rotas marítimas do Mediterrâneo, do Atlântico Norte e da África Ocidental. Ele possui uma relevante importância econômica e geopolítica. Do ponto de vista econômico, assim como outros canais e passagens do mundo, como o Canal do  Panamá ou o Canal de Suez, ele permite a redução de tempo e despesas durante as travessias de navios-cargueiros com destino à Europa, América ou Ásia.

Do ponto de vista geopolítico, o estreito de Gibraltar representa uma rápida e curta comunicação entre a Europa e a África. Por essa razão, esse território é bastante vigiado por forças militares para garantir a segurança

Conheça também nosso texto sobre os Principais Portos Africanos.

Diferença entre Estreito e Canal

Como vimos, alguns dos maiores gargalos do transporte marítimo mundial estão em canais e estreitos. Assim sendo, vamos diferenciá-los.

Estreitos são faixas de água que unem massas de água muito maiores, como oceanos e mares. Os estreitos são naturalmente formados, sem intervenção humana, e o fluxo de água dentro deles acontece em ambas as direções. Eles podem ou não ser navegáveis, dependendo de sua profundidade. Alguns exemplos famosos de estreitos são Estreito de Bósforo, Estreito de Gibraltar, Estreito de Singapura, Estreito de Sunda, Estreito de Lombok e Estreito de Ormuz.

Já um canal é um corpo de água mais largo e profundo que divide duas massas de terra. Canais podem surgir naturalmente, como o Canal da Mancha e o Canal de Moçambique, ou serem construídos pelo homem, como no caso do Canal de Suez, Canal de Panamá e o Canal de Kiel. Canais artificiais, também chamados de Canais de Navegação, geralmente são feitos escavando caminhos de água menores até que sejam profundos o bastante para a passagem de embarcações. A criação de canais para facilitar e encurtar rotas comerciais é um procedimento antiquíssimo e sua aplicação ocorre há quase 4 mil anos.

O que é Logística Internacional?

A Logística Internacional é uma ferramenta fundamental para a expansão do comércio exterior, e deve ser utilizada de forma estratégica para diferencial competitivo nas negociações internacionais.

A globalização tem tornado as empresas cada vez mais competitivas e com conceitos modernos aos seus procedimentos, negócios e produtos. Esse processo está integralmente ligado aos processos de compra, armazenagem e distribuição das mercadorias.

E aí, gostou deste artigo sobre os gargalos do transporte marítimo, quais são os maiores gargalos do transporte marítimo, como funcionam os maiores gargalos do transporte marítimo e as operações dos maiores gargalos do transporte marítimo? Então se inscreva no nosso blog e fique por dentro de mais notícias sobre exportação, importação e drawback. 😉

Sinara Bueno
Sinara Bueno

Despachante Aduaneira, formada em Comércio Exterior e empreendedora. Apaixonada por criar e inovar no Comex! Trabalhou na área de importação e exportação de indústrias, consultorias de comércio exterior e, nos últimos anos, tem se dedicado aos sistemas para comex. É co-founder da Fazcomex

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