Geograficamente falando, canal é uma passagem, quase sempre artificial, utilizada pela navegação para atravessar uma determinada área continental. E hoje vamos falar do mais famoso deles aqui no continente americano: o Canal do Panamá.
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O Canal do Panamá é um canal artificial de 82 km de comprimento, que corta o Panamá, ligando os oceanos Pacífico e Atlântico. Trata-se de um marco da engenharia do século XX, criado para facilitar o comércio marítimo mundial. O canal permite que os navios evitem a longa rota do Cabo Horn em torno da ponta mais meridional da América do Sul, onde ventos fortes, correntes e icebergs fazem dessas águas uma das mais difíceis do mundo.
Como existe uma diferença quanto ao nível dos oceanos Pacífico e Atlântico, a construção de diversas comportas (ou eclusas) foi necessária, sendo as principais: Eclusas de Gatún, Eclusa de Pedro Miguel e Eclusas de Miraflores. Para atravessá-lo, um navio leva de 6 a 8 horas. Pelo Canal do Panamá passam, por ano, 15 mil navios, o que corresponde a aproximadamente 4% do comércio mundial.
As principais rotas que utilizam a estrutura são as associadas à Costa Leste dos Estados Unidos, principalmente com destino à Costa Oeste da América do Sul. Há também fluxo de cargas com origem europeia para a Costa Oeste dos Estados Unidos e do Canadá.
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O atalho era cobiçado desde o século XVI, quando navegadores descreveram o potencial de abrir uma passagem no istmo (denominação de uma estreita porção de terra entre águas).
Quem iniciou a construção do canal foi a França, em 1881. Pouco tempo antes, em 1869, os franceses haviam terminado outro canal, o de Suez, no Egito – que liga o Mar Vermelho ao Mediterrâneo. Mas a experiência anterior não garantiu o sucesso: os franceses abandonaram o Panamá (que na época não era um país independente, e sim um território colombiano) depois de encarar deslizamentos, um terremoto e doenças tropicais, como a malária e a febre amarela. Cerca de 22 mil operários morreram.
Em 1903, os Estados Unidos assumiram a obra e controlaram o canal até 1999, quando a administração foi transferida para o Panamá, que hoje lucra até US$ 1,7 bilhão por ano com ele, o equivalente a quase 3% do PIB do país.
Para alcançar seus interesses, os norte-americanos incentivaram a independência do Panamá em relação à Colômbia. Como retribuição pela “ajuda”, o governo panamenho concedeu o direito de construção e controle do canal de 1914 até 1999 aos Estados Unidos. Com o fim do controle norte-americano na Zona do Canal, no dia 31 de dezembro de 1999, todos os direitos de administração do empreendimento passaram a ser integralmente do Panamá.
Para ilustrar o Canal do Panamá 2024:
O Canal do Panamá, uma das maiores construções já realizadas pela humanidade, funciona por meio de um complexo sistema de eclusas, alimentado pelas águas do Gantú, um lago artificial localizado 26 metros acima do nível do mar. O Canal do Panamá é utilizado por diversos tipos de navios cargueiros.
Logo que o navio entra no canal, seja pelo mar do Caribe (no Atlântico) ou pelo Pacífico, o capitão é obrigado a ceder o comando da embarcação para um funcionário da Autoridade do Canal do Panamá (ACP) especificamente treinado para conduzir cargueiros através do canal. Para ser elevado até o lago Gatún, o navio precisa passar por três eclusas.
A água do Gatún é transportada por meio da força da gravidade. Ela chega ao compartimento onde está o navio através de orifícios situados no solo. Conforme a água vai entrando, a câmara vai se enchendo lentamente, fazendo com que o navio seja elevado alguns metros. Terminada a transferência de água, a embarcação já está em outro nível e pode seguir caminho.
Mas não pense que é fácil "estacionar" o navio dentro dessas câmaras! Em ambos os lados, há locomotivas ligadas ao navio por cabos de aço bastante esticados. São essas pequenas locomotivas, que se deslocam de forma sincronizada em trilhos situados dos dois lados da câmara, que "manobram" o navio no espaço estreito da câmara. Um pequeno erro pode trazer um prejuízo gigantesco.
Três eclusas elevam a embarcação 26 metros, fazendo com que ela fique no nível do Gatún. O Gatún, um lago artificial de 431 km², foi construído em 1913 através de uma barragem que armazena as águas do rio Chagres. São suas águas que abastecem os jogos de eclusas
Quando a embarcação atravessa o lago Gatún, é hora de descer. O processo é o mesmo da subida, só que agora em vez das eclusas encherem, elas esvaziam, fazendo com que o navio desça 26 metros.
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Considerando uma rota entre Hong Kong (HK) e Nova York (NY), podemos visualizar melhor as vantagens do Canal do Panamá e quais as alternativas existentes.
Rota 1: Antes do Canal do Panamá, o navio de carga que fosse de HK para NY tinha que dar a volta pelo Cabo Horn, localizado no sul da América do Sul, num trajeto que totaliza 30.000 km.
Rota 2: Pelo Canal do Panamá, o trajeto HK-NY cai para 21.500 km. É importante destacar que a rota entre o leste da Ásia e a costa leste dos Estados Unidos é uma das mais movimentadas do mundo.
Rota 3: É possível também que o navio vá pelo Canal de Suez, no Egito, o qual cobra menos da metade do Canal do Panamá pela travessia. Como a distância total fica só um pouco maior (22.000 km), Suez tira clientes do Panamá.
Rota 4: Uma outra opção é descarregar em Los Angeles, na costa oeste dos Estados Unidos, e levar a carga de trem até Nova York. Essa opção sai cara, mas a distância (16.500 km) reduz a viagem em até uma semana.
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A ampliação do Canal em 2016, pelo qual circula 6% do comércio mundial, permitiu unir mais de 140 rotas marítimas, e 1.700 portos em 160 países. Em 2018, 62% dos navios que transitaram pelo Canal do Panamá tiveram como origem ou destino os EUA. Este país é um dos principais utilizadores desta via interoceânica, seguido pela China, México, Chile e Japão. Perto de 14 embarcações transitam diariamente pelas eclusas de Água Clara, no oceano Pacífico, e de Cocolí, no oceano Atlântico, em função da disponibilidade de água.
Mais de 50% das embarcações procediam ao transporte de contêineres, 26% ao transporte de gás liquefeito de petróleo, e 11% ao transporte de gás natural liquefeito (GNL). Outros navios que utilizaram as eclusas são os que se dedicam ao transporte de granéis secos e líquidos, ao transporte de veículos e de passageiros.
O navio Cosco Shipping, um “neopanamax” de 48,25 metros de largura e 300 metros de comprimento, e com capacidade para transportar até 9.400 contentores foi o primeiro a atravessar pela ampliação do Canal. Ele entrou na eclusa de Água Clara, no lado do Atlântico às 7h locais, que demorou quase duas horas para encher, até que o navio pudesse navegar para a eclusa intermédia e depois, para a seguinte, até sair para o oceano Pacífico.
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Para poder utilizar o canal é necessário pagar uma taxa de utilização (pedágio) às autoridades panamenhas que controlam o fluxo de navios. A receita média anual é de US$ 2 bilhões ao ano. O valor do pedágio é calculado com base no valor da carga transportada. O custo médio da passagem de um navio fica em torno de US$ 143 mil (podendo chegar a US$ 250 mil, dependendo do tamanho da embarcação), ou, ainda, um custo médio de US$ 8,73 por tonelada de carga movimentada.
Conforme o comunicado divulgado no dia 17/02/2021 pela administração do Canal do Panamá, os valores serão reajustados a partir de 15/04/2021.
Um estudo da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) aponta que os custos totais para exportar granéis pelos portos do Arco Norte podem cair até 35% se empresas e produtores utilizarem rotas marítimas pelo Pacífico. O recuo ocorreria mesmo com o pagamento da taxa de utilização do Canal do Panamá.
A análise realizada por técnicos da Conab mostra o Canal do Panamá como importante alternativa para melhorar a competitividade dos produtos agrícolas brasileiros, uma vez que pode representar menor tempo de navegação, com decorrente redução do frete, custos operacionais, combustível e emissões, entre outros, bem como possibilitar a abertura de novos mercados de origem asiáticas.
A Logística Internacional é uma ferramenta fundamental para a expansão do comércio exterior, e deve ser utilizada de forma estratégica para diferencial competitivo nas negociações internacionais.
A globalização tem tornado as empresas cada vez mais competitivas e com conceitos modernos aos seus procedimentos, negócios e produtos. Esse processo está integralmente ligado ao processos de compra, armazenagem e a distribuição das mercadorias.
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O Canal do Panamá é um canal artificial de 82 km de comprimento, que corta o Panamá, ligando os oceanos Pacífico e Atlântico.
O comércio exterior é a troca de bens e serviços através de fronteiras internacionais ou territórios. Na maioria dos países, ele representa uma grande porcentagem do PIB.